Um dos principais clubes do mundo, o Real Madrid sempre foi sinônimo de estrelas, ou melhor dizendo, de ‘galácticos’. Detentor de 14 títulos de Champions League, o clube espanhol construiu sua vitoriosa história em cima de grandes nomes do futebol. As contratações de jogadores brilhantes, contudo, parecem ser passado e foram substituídas por atletas ainda inexperientes, mas que estão sendo cuidadosamente lapidados para dar continuidade ao vasto legado da equipe.

Referência no futebol mundial, o Real Madrid espelhou sua grandeza em seus jogadores e, no início dos anos 2000, iniciou uma política de contratações que ficou conhecida como ‘galácticos’. Quase como uma constelação de estrelas, grandes nomes desembarcaram no Santiago Bernabéu.

Florentino Pérez, presidente do clube espanhol, foi o principal responsável pela construção dos galácticos. O movimento adotado pelo mandatário, no entanto, não surtiu muito efeito, uma vez que o Real Madrid gastou milhões e não atingiu todos os seus objetivos, mesmo trazendo um jogador ‘estelar’ por ano.

A primeira geração de galácticos, como ficou conhecida, era composta por grandes nomes do futebol como Iker Casillas, Roberto Carlos, David Beckham, Luís Figo, Zinedine Zidane, Raúl González, Ronaldo Fenômeno e muitos outros. Apesar da ótima safra, o Real Madrid não conseguiu impor uma dinastia em solo espanhol e muito menos em território internacional.

Figo, Ronaldo, Beckham e Zidane, parte dos galácticos, durante um treinamento do Real Madrid (Crédito:Reprodução/Twitter)

Passada a frustração com a primeira geração dos galácticos, o Real Madrid decidiu, mais uma vez, investir em nomes de peso para elevar o tamanho do clube internacionalmente. A segunda geração ‘estelar’, então, começou com as contratações de Cristiano Ronaldo e Kaká em 2009, ambos eleitos como melhores jogadores do mundo alguns anos antes.

Assim como no início dos anos 2000, Madri novamente foi palco para o desembarque de outros talentosos jogadores como Xabi Alonso, Karim Benzema, Ángel Di María, Mesut Özil, Luka Modrić, Gareth Bale e Toni Kross. Ao lado de CR7, a segunda safra estelar, ao contrário da primeira, deu muitos resultados ao clube espanhol e levantou diversos títulos, entre os mais especiais as quatro edições de Champions League conquistadas em cinco anos, sendo três delas de forma consecutiva.

Com CR7, Benzema, Di María, Xabi Alonso e Modrić, o Real Madrid voltou a vencer a Champions League após 12 anos (Crédito:Reprodução/Twitter @realmadrid)

Mesmo com a segunda geração de galácticos dando resultados especiais, Florentino Pérez, que está à frente do Real Madrid há quase duas décadas, decidiu repaginar a história do clube e redefiniu seu projeto esportivo. Antes responsável por contratar os melhores jogadores do mundo para a equipe, o mandatário passou a apostar em jovens promessas, que devem ser o futuro do time nos próximos anos.

Com o novo projeto em curso, Florentino passou a monitorar as grandes promessas que foram surgindo no mundo do futebol e, na temporada 2018/19, começou a montar o novo Real Madrid. Naquele ano, chegaram os jovens Vinícius Júnior, Federico Valverde, Brahim Díaz e Andriy Lunin.

No ano seguinte, Florentino voltou ao mercado de jovens promessas e selecionou mais cinco jogadores para serem lapidados: Éder Militão, Rodrygo, Reinier, Luka Jovic e Takefusa Kubo.

Inspirado pelo crescimento dos jovens no clube, o presidente do Real Madrid não parou por aí e, nas temporadas seguintes, continuando reforçando o time com promessas. Chegaram, além dos já citados, Eduardo Camavinga, Aurélien Tchouaméni, Jude Bellingham e Arda Güler. Endrick, do Palmeiras, também foi contratado pelo clube, mas só deve chegar à Espanha na temporada 2024/25, quando completa 18 anos.

Alguns dos jovens selecionados por Florentino Pérez não deram certo. Uns foram emprestados, outros vendidos, e ainda há os jogadores que não estrearam. Apesar disso, também é possível notar o crescimento de alguns atletas dentro do time, que não só se firmaram como titulares, como também venceram uma Champions League e estão, aos poucos, assumindo o lugar de antigos veteranos importantes para o clube, facilitando a transição de uma geração para outra.

Vinícius Júnior, Rodrygo, Camavinga, Valverde, Jovic e Lunin foram campeões da Champions League na temporada 2021/22 (Crédito:Reprodução/Twitter @ChampionsLeague)

Com os novos movimentos adotados pelo mandatário do time, é evidente que a estratégia mudou e que o clube não deve continuar prestigiando ‘galácticos’, mas sim transformando jovens promessas em grandes estrelas do futebol e, quem sabe, em futuras lendas do Real Madrid.